Prédio de Química:

Para começar de maneira leve e descontraída, não vou contar o pior dos meus feitos, apenas algo que poderia ter acontecido com qualquer um.
Em uma das aulas de química, meu professor (cujo nome não será citado) pediu que prestássemos atenção e não esbarrássemos no fio do notebook dele. Foi um aviso sábio já que a sala era apertada e o fio ficava no meio do caminho, pelo fato de que as tomadas ficavam na parede, mas como eu poderia obedecer uma ordem tão simples? Tropecei tão feio no fio, arrancando ele da tomada que muitos alunos riram da situação, o computador e o projetor dele desligaram. Como um dos meus maiores medos era chamar algum tipo de atenção negativa para mim durantes meu primeiro período, fiquei repetindo aquela informação na minha mente, várias e várias vezes, para que aquilo nunca se repetisse. Infelizmente, toda aquela preocupação se misturou com a complexidade da estequiometria e a minha necessidade de ser humilhada ainda não havia sido saciada. No fim da aula, saí com pressa, levando todos os fios junto comigo. Acho que não é necessário dizer que ele nunca mais confiou em usar aquela tomada de novo.

Ponto de ônibus do Valonguinho:

Eu amava as aulas de Química, parte disso se deve ao fato de que o meu professor se parece com o Stephen Lang no primeiro filme de Avatar (se você sabe, sabe), mas os momentos vergonhosos também fazem parte da melhor fase da minha vida, eu amo rir e, agora que a poeira abaixou, sinto que são esses momentos que me fazem feliz. Lá estava eu, agoniada com o término da aula, o ônibus saíria em poucos minutos, mas o professor ainda não havia liberado ninguém. Assim que ele permitiu a nossa saída, foi dada a largada: eu e minha amiga saímos correndo, descendo as escadas do prédio e correndo ladeira a baixo até a entrada do campus. Eu suspirei aliviada ao ver o ônibus ainda lá, ainda mais que o motorista da época era conhecido por dirigir na velocidade da luz, mas hoje vejo que o preço pago pela minha preguiça de caminhar por 10 minutos até o terminal foi caro demais. Eu avancei, entrando com tudo no ônibus, me sentei em um dos bancos da frente como se houvesse vencido uma batalha, até que eu vi... Lá estava ele. Um cheiro terrível tomou conta do ônibus e minha amiga se virou para mim, apavorada. Todos os meus passos estavam milimetricamente marcados por um rastro medonho de fezes. O motorista percebeu, meus colegas de turma olharam para mim com os olhos marejados, como se perguntassem porque eu fiz o que fiz. Nós só sabíamos rir, eu ri tanto que fiquei sem ar, quando soltamos no terminal, deixando um rastro de destruição para trás e várias vítimas, tive o meu final feliz no banheiro do Bay Market, quando finalmente consegui lavar meu tênis. Não se preocupem, mamãe me deu um tênis novo de presente, sem cocô de cachorro.

Banheiro feminino:

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